O Instituto de Investigação do Medicamento (iMed.ULisboa) da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL) está a estudar o desenvolvimento de imunidade antiviral resultante das vacinas contra a COVID-19.
COVID-19 | iMed.ULisboa publica estudo sobre imunidade neutralizante da vacina
A iniciativa, desenvolvida em colaboração com várias instituições hospitalares e lares (Hospital Beatriz Ângelo, Centro Hospitalar Lisboa Central, Hospital Garcia d’Orta, Casa do Artista), pretende avaliar o grau de proteção celular de longo prazo em diferentes populações vacinadas, prevendo-se o cruzamento de dados decorrentes da produção de anticorpos após infeção pelo SARS-CoV-2.
A metodologia utilizada incide na medição dos anticorpos e a imunidade celular em indivíduos de diferentes faixas etárias e patologias com baixa imunidade, tendo uma amostra com mais de 1.500 pessoas entre os 20 e os 90 anos acompanhadas, durante um período de 12 meses, desde o início da vacinação contra a COVID-19.
“Os resultados intermédios deste estudo mostram a rápida eficácia da vacina para produzir os anticorpos que neutralizam a entrada do vírus nas células, mas menos eficiente nos maiores de 65 anos. (…) As pessoas vacinadas com menos de 65 anos mantêm durante mais tempo os anticorpos neutralizantes e nos maiores de 65 anos a redução destes anticorpos é mais acentuada. A proteção dos anticorpos parece reduzir-se mais rapidamente com o aumento da idade e não parece haver diferenças entre homens e mulheres. Mesmo assim, a atividade neutralizante dos anticorpos aos 6 meses após vacinação ainda é superior à atividade dos anticorpos nas pessoas infetadas após 6 meses.”
A investigação do iMed.ULisboa revela também que a “imunidade neutralizante gerada pela vacina parece ser eficaz para a variante delta que é o vírus dominante neste momento em Portugal” e que “os anticorpos neutralizantes presentes em todas as idades atuam igualmente contra as variantes alfa (UK) e delta (India) e em menor grau para as variantes beta (África do Sul) e gama (Brasil). Os vacinados também parecem desenvolver anticorpos que reconhecem outros coronavírus endémicos.”
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