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Dia Mundial da Saúde: Impacto do diagnóstico da COVID-19 no Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte

Dia Mundial da Saúde: Impacto do diagnóstico da COVID-19 no Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte

Dia Mundial da Saúde: Impacto do diagnóstico da COVID-19 no Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte

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Falámos com o Professor José Melo Cristino da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa acerca do impacto do diagnóstico da COVID-19 no Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte.

"Devido à pandemia de COVID-19 o ano de 2020 foi completamente diferente dos anteriores. Para além do impacto em toda a atividade assistencial do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), o Serviço de Patologia Clínica (SPC) terá sido, logo desde o início da pandemia, um dos que foi confrontado com a necessidade urgente de implementação de grandes mudanças e de adaptação à capacidade de resposta específica no diagnóstico da infecção por SARS-CoV-2.

O SPC instalou a metodologia para detecção do vírus SARS-CoV-2 por RT-PCR em fevereiro de 2020. Inicialmente a técnica foi montada nas duas plataformas de extracção e de amplificação de ácidos nucleicos já existentes, onde se faziam outras análises moleculares. No dia 10 de março identificaram-se os dois primeiros casos positivos, ambos de doentes internados em serviços distintos do hospital. Esta situação levou a que o número de testes diários passasse subitamente de poucas dezenas para várias centenas. Foi necessário criar um novo setor individualizado – Laboratório de Diagnóstico da COVID-19 que ficou sob a responsabilidade directa do Diretor do Serviço.

Foram treinados vários médicos, técnicos superiores e técnicos superiores de análises clínicas e saúde pública na realização das metodologias moleculares. Este laboratório passou a funcionar autonomamente e das 8h00 às 24h00 nos sete dias da semana. As primeiras semanas foram mais difíceis porque os circuitos não estavam otimizados, os médicos e os técnicos estavam a adaptar-se às plataformas, houve subitamente um grande aumento de pedidos (várias centenas por dia) e, sobretudo, durante vários meses, os fornecedores falharam no fornecimento de reagentes. Por várias ocasiões o SPC esteve na eminência de não conseguir realizar todas as determinações que lhe eram pedidas, mas essa ameaça nunca se concretizou.

As falhas no fornecimento de reagentes e o elevado número de pedidos diários levaram a que se expandissem e diversificassem as plataformas existentes e a origem geográfica dos fornecedores. Na atualidade estão disponíveis cinco plataformas de extração, quatro de amplificação e duas de extração + amplificação, com fornecedores europeus, chineses, sul-coreanos e americanos. Nestas plataformas o tempo de resposta (extração e amplificação) é de 3 a 4 horas.

Em julho de 2020 passámos a dispor de testes rápidos com metodologia RT-PCR (estes com indicações médicas urgentes bem definidas) que permitem resposta em cerca de 45 minutos e em dezembro de testes rápidos de antigénio que dão resposta em cerca de 15 minutos, mas são testes com sensibilidade inferior aos testes moleculares e, segundo as normas da Direção Geral da Saúde, têm indicações muito limitadas na sua utilização hospitalar. Os testes para pesquisa de anticorpos anti-SARS-CoV-2 foram iniciados em maio de 2020.

Para além das determinações a doentes do CHULN o SPC, desde muito cedo, passou a fazer testes para o exterior, incluindo outros hospitais, ADR Lisboa Norte e múltiplos lares, escolas, pensões e outras instituições.

No primeiro ano da pandemia foram efectuados mais de 160 000 testes de RT-PCR.

Se o diagnóstico da COVID-19 foi uma novidade que envolveu um número considerável de profissionais do SPC, toda a restante atividade assistencial foi sempre mantida durante todo o período da pandemia. Nos meses iniciais houve uma procura menor em exames analíticos, mas a situação voltou a valores próximos dos habituais ao fim de poucos meses. Foram também mantidas em todo o período a formação especializada em Patologia Clínica e outras atividades laboratoriais a médicos, técnicos e outros profissionais."

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